De acordo com cientistas do Instituto Riken, no Japão, tecidos cerebrais funcionais foram criados a partir de células-tronco.Segundo o estudo, divulgado nesta quinta-feira, as células retiradas de embriões foram utilizadas para formar tecidos do córtex cerebral, principal área de controle do cérebro. Assim, os tecidos se auto-organizaram e foram capazes de conduzir atividades nervosas, como a transmissão de estímulos e impulsos elétricos.
Além disso, os cientistas afirmam que os tecidos podem ser induzidos seletivamente para desempenhar outras atividades do córtex, como o controle da memória, as sensações visuais, entre outras. As pesquisas anteriores do instituto mostravam que as células-tronco se diferenciavam dentro de outras células, mas até agora não se organizavam como tecidos funcionais. "Nas terapias de regeneração, apenas um limitado número de doenças podem ser curadas com um simples transplante de células. Transplantar tecidos pode aumentar a esperança", concluiu o institudo japonês em comunicado.
Os tecidos podem servir como um "mini-órgão" para estudar a causa de doenças como Alzheimer e desenvolver vacinas contra elas. O uso de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas, porém, tem causado polêmica. Muitos não aceitam a prática e a discussão é constante. No entanto, os cientistas do instituto Riken dizem que os tecidos do córtex podem também ser obtidos por meio de uma indução artificial para que células adultas, como as da pele, possam se comportar como células-tronco, para dar continuidade à pesquisa.
Fonte: veja.abril.com.br
Um norte-americano de 42 anos que vive em Berlim está a intrigar a comunidade científica. Há dois anos foi submetido a um transplante de medula. Era seropositivo, mas o objectivo seria curar uma leucemia. Seiscentos dias depois, ainda continua a lutar contra esta doença, mas venceu a batalha que parecia perdida: a sida.
De acordo com o The Wall Street Journal, que conta história deste paciente cujo nome não é divulgado, depois da operação, os médicos não detectaram sinais da infecção no seu sangue, apesar de terem cessado de lhe administrar fármacos anti-retrovirais na altura da intervenção cirúrgica e nunca mais terem tido necessidade de o fazer.
O jornal norte-americano explica que quando foi decidido que o paciente teria de ser transplantado, o seu médico, o doutor Gero Hütter, da Charité Medical University de Berlín, lembrou-se de fazer uma experiência. Entre os possíveis dadores escolheu um que apresentava uma rara mutação genética, que o torna imune a quase todas as estirpes de HIV, e que só está presente em 1,5 por cento da população.
Na altura do transplante os médicos suspenderam a administração dos medicamentos que o paciente tomava por ser seropositivo, para que o transplante não fosse rejeitado. Mas a surpresa surgiu nas análises sanguíneas do norte-americano, onde não foram encontrados vestígios da infecção.
Seiscentos dias depois, o corpo do paciente continua sem dar sinais de HIV, apesar de ainda estar a recuperar da leucemia.
Este caso insólito, chamou a atenção da comunidade científica. Embora, muitos especialistas sejam cautelosos em avisar que o que se passou com este norte-americano em Berlim não é uma opção para os cerca de 33 milhões de seropositivos que existem no planeta.
Em primeiro lugar, esta é uma intervenção com muitos riscos, entre eles a possibilidade do aumento de infecções e a mortalidade. Há também a barreira dos custos, com cada operação a ascender a 250 mil dólares (195 mil euros). Finalmente, o número de dadores com o tipo de mutação deste caso é diminuto.
Apesar de tudo, os cientistas pensam que este caso possa oferecer algumas pistas na investigação de terapias genéticas na luta contra a sida. E quem sabe, se um dia, uma cura, que para este norte-americano parece ter já chegado.
Fonte: iol.pt